For the past five years, I have dedicated myself to research in the fields of sociology, anthropology, visual cultures, ecology and gender studies, as well as investigations and practices connected with the photographic language. It was through this same photographic process – capturing images, experimenting with different printing mediums, reflecting on how to store images, exploring the existing relations throughout the editing process, and how the sequencing of frames is capable of modifying a given discourse – that I began my trajectory as an artist.

 

Since 2021, I´ve dedicated myself to geological studies, considering their scientific context and how they interact with visual arts. As I see it, language is a geological force that shapes subjective relationships, and therefore, social ones. The way we produce our narratives, discourses and vocabulary is connected with geological structures. Studies on the Earth´s “crust” involve a gaze that shifts towards the interior of a body, focusing on the surface of an organism and, subsequently, delving into its underground layers.

 

It is in the movement towards that which deepens and buries itself that we can reflect on the act of excavation – not simply the action of digging into the soil, of unveiling mineral materials, but also as a gesture of immersion into language. I believe that, when we are referring to language, the roots of words are not its underground, but rather the soil of grammar and syntax, where the habits of discourse, and therefore, of thought, slowly settle and interact with each other. Grammar and syntax exert a powerful influence on language processes and its speakers, shaping the ways in which we relate to the living and the non-living. Words are world-makers and language is one of the great geological forces of the Anthropocene.

 

To delve into these matters is to enquire how knowledge in this field served colonial History. The appropriation and commercialization of minerals was precisely one of the foundations of colonial economy, especially concerning the relations between Brazil and Portugal, and mineral extraction constituted the era of Western modernity. Nowadays, these relations persist, even if re-enacted through different agents. They now constitute a new category which we refer to as “conflict minerals”. I speculate that the current economic and geopolitical structure does not break away from the modern pillars of colonial rule and domination, it simply updates them.

 

Addressing geology as a science, as well as its specific lexicon, would necessarily involve a reflection on those vectors of force and power, present in the contemporary world. How we extract, circulate and consume metals and gemstones not only shapes the modern age of mining, but also the human and social relations in the present day. In effect, my work does not deal with nature in a strict sense, but rather with the nature of human and supra-human relations, all based on how we handle geological vocabulary and imaginary.

CV EN

Natália Loyola / Visual artist and researcher
Campinas – São Paulo, 1981 / Lives and works in Portugal

Solo Exhibitions
2024 – Skin of the Earth – Curator: Sofia Steinvorth. Lisbon-PT

 

Group Exhibitions
2023 – Signs Point Yes – Curator: Stephanie Wruck. Lisbon-PT
2023
– Bons Ares – WIP Wip Art Gallery – Curators: Luiza Palma and Sandra Birman. Lisbon-PT
2022
– Winter Salon 2022 – Curator Irmã Feia Gallery. Almada-PT
2021 
– Mutirão – Curator: Cristiana Tejo. Lisbon-PT
2021
– Surroundings, curator: Coletivo Amarelo, Lisbon-PT
2021
– Sobre Vivencias, curator: Cristiana Tejo. Lisbon-PT
2020
– Club, NowHere, curator: Cristiana Tejo. Lisbon-PT

 

Education
2023 – Master’s degree in Anthropology – Visual Cultures. Faculdade de Ciências Sociais Humana, Universidade Nova de Lisboa. Lisbon-PT
2007 – Bachelor ‘s degree in Social Communication in Journalism. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas-BR

 

Artistic Residencies
2020 – August to October – Poliedro + VR New Media Residency – Online
2018 – May – Café Cultural Artistic Residency. Fafe-PT

Publications
2021 – Poliedro Catalogue#1
2021 – Biannual magazine#3 of André Penteado’s study group in contemporary photography
2021 – Biannual magazine#2 of André Penteado’s study group in contemporary photography
2020 – Biannual magazine#1 of André Penteado’s study group in contemporary photography

 

Other artistic experiences
2022 
– Cover photo of the project Echoes and Reflections https://www.acousticatlas.de/echoesalbum   
2022
– Winter Salon 2022: Curado por Galeria Irmã Feia. Almada-PT
2020 and 2022 – Participant of the support group for independent projects and contemporary photography study group with André Penteado.
2021 – Member of the Festival’s Film Selection Committee CINENOVA 2021 – Cinema e Conhecimento / Portugal Interuniversity Film Festival
2019 and 2020 – Participant of study group of contemporary art criticism NowHere with Cristiana Tejo e Marilá Dardot

 

Extra curricular education
Crash course – Contemporary Art Today / Casa do Saber By Agnaldo Farias 7h (03/2021)
Master Class – On Photography: Susan Sontag / Plataform Humanis By Simonetta Persichetti 3h (12/2020)
Master Class – Camera Lucida by Roland Barthes Plataform Humanis with Ronaldo Entler 3h (11/2020)
Photography Portfolio Festival in Tiradentes With Ângela Macário, Bruna Veloso, Emrah Kartal, Leonardo Martins, Mario Baptista by Alejandra Hernández Muñoz, André Penteado e Joaquim Marçal 2h (11/2020)
Crash course Art Curation Studies / Casa do Saber By Sabrina Moura 4h (11/2020)
Crash course Archetypes and the Philosphy of the Imaginary / Casa do saber with Sílvio Anaz 4h (11/2020)
Fiebre Photobook Festival – Talking Books with Jon Cazenave, autor de Galerna y Ricardo Casas, autor de Estudio elemental del Levante, moderated by Sonia Berger 2h (11/2020)
Crash course on Angela Davis / Casa do Saber By Jaqueline Conceição 4h (06/2020)
Crash curso on Judith Butler / Casa do Saber By Jaqueine Teixeira – 4h (06/2020)
Crash course on Simone de Beauvoir / Casa do Saber – By Maria Lygia Quartim de Moraes / 4h (06/2020)
Image and Identity / São Paulo Museum of Modern Art By Magnólia Costa – (03 a 06/2018)
Course Introduction to Art History – Leonardo da Vinci and the Renaissance, Claude Monet and Impressionism, Henri Matisse and Modernism, Andy Warhol and Pop Art, Women in the Arts. By Rodrigo Naves – 3h30 (06/2018)
Crash course Collecting Contemporary Art Chelsea College of arts and Design of London (07 a 08/2012)

Nos últimos cinco anos, estive dedicada a leituras no campo da sociologia, antropologia, cultura visual, ecologia, estudos de gênero e às práticas e investigações com a linguagem fotográfica.

É do fazer fotográfico — capturar uma imagem, experimentar diferentes suportes para a sua impressão, refletir sobre como armazenamos imagens, experimentar as relações de edição e observar como a sequência dos fotogramas altera um discurso, entre outras etapas — que iniciei uma trajetória como artista.


Desde 2021, passei a me empenhar nos estudos geológicos, considerando os seus contextos científicos e como dialogam com as artes visuais. Compreendo a linguagem como força geológica que molda relações subjetivas e, consequentemente, sociais. A forma como elaboramos as nossas narrativas, histórias, discursos e vocabulários se conecta com as estruturas geológicas. Os estudos sobre a crosta terrestre implicam em um olhar que se desloca para o interior de um corpo, isto é, se concentram na superfície de um organismo e adentram o seu subterrâneo. É no movimento em direção àquilo que se aprofunda e se embrenha que podemos refletir sobre o ato de escavar — a ação de escavar não apenas um solo, não apenas desvendar as matérias minerais, mas também como um gesto de imersão dentro da própria linguagem. Acredito que, no caso língua, o seu subterrâneo não são as raízes das palavras, mas antes o solo da gramática e da sintaxe, onde os hábitos do discurso e, em consequência, do pensamento, se instalam, se estabelecem e interagem, lentamente. A gramática e a sintaxe exercem uma poderosa influência sobre os processos da língua e dos seus falantes — alicerçam os modos como nos relacionamos com aquilo que é vivo e não-vivo. As palavras são fazedoras de mundos e a língua é uma das grandes forças geológicas do Antropoceno.


Infiltrar-se nessa seara é dar atenção a como os conhecimentos no campo serviram à história colonial. Uma das bases da economia colonial foi, justamente, a apropriação e comercialização mineral, sobretudo no que tange as relações entre Brasil e Portugal, isto é, o extrativismo mineral compõe a era da modernidade ocidental. Nos dias de hoje, essas relações são reatualizadas a partir de outras agentes, mas ainda assim, persistem, e constituem, agora, uma nova categoria a qual denominamos “minerais de conflito”. Especulo, portanto, que a economia e estrutura geopolítica atual não rompe com as estruturas modernas da colonialidade, mas sim, as reatualiza. Tratar desta ciência e deste léxico geológico seria necessariamente refletir sobre esses vetores de força e poder nos dias de hoje. Como extraímos, circulamos e consumimos metais e pedras preciosas modela não só a idade moderna (mineração), mas as relações humanas e sociais na contemporaneidade. Com efeito, meu trabalho não trata as relações da natureza em strictu sensu, mas a natureza das relações humanas e supra-humanas a partir da maneira com a qual lidamos com o vocabulário e o imaginário geológico.


Considero sobretudo as questões atinentes à matriz, ao desenvolvimento e à constituição dos elementos que compõe àquilo que intitulo como a pele da terra, a fim de refletir sobre as formas como habitamos esse mundo e produzimos linguagem. Minha prática esquadrinha experimentações fotográficas relacionando o universo das imagens e os modos de ver com aquilo que está latente nas paisagens. Seja por meio de foto-livros, foto-objetos ou instalações, e utilizando majoritariamente materiais translúcidos tais como vidros, papéis transparentes, acetatos e acrílicos, busco tensionar os vínculos históricos, econômicos, sociais, epistemológicos e estéticos estabelecidos com o mundo mineral e o subterrâneo terrestre, e, é justamente destas jornadas e atravessamentos por diferentes territórios que tento fazer emergir aquilo que está invisível nas imagens e latente na própria geografia.

CV PT

Natália Loyola / Artista Visual e pesquisadora
Campinas – São Paulo, 1981 / 
Vive e trabalha em Portugal

Exposição Individual
2024 – A pele da terra – Curadoria: Sofia Steinvorth. Lisboa-PT

 

Exposições Coletivas
2023 
 Signs Point Yes – Curadoria: Stephanie Wruck. Lisboa-PT
2023
– Bons Ares – WIP Wip Art Gallery – Curadoria: Luiza Palma e Sandra Birman. Lisboa-PT

2022
– Winter Salon 2022: Curado por Galeria Irmã Feia. Almada-PT
2021 – Mutirão – Curator: Cristiana Tejo, Lisboa-PT.
2021 – Entorno – Curadoria: Coletivo Amarelo. Lisboa-PT
2021 – Sobre Vivencias – Curadoria: Cristiana Tejo. Lisboa, PT
2020 – Club, NowHere – Curadoria: Cristiana Tejo. Lisboa-PT

 

Educação
2023 – Mestre em Antropologia – Culturas Visuais. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa. Lisboa-PT
2007 – Bacharelado em Comunicação Social em Jornalismo. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas-BR

 

Residências artísticas
2020 – Agosto até Outubro – Poliedro + VR New Media Residency – Online
2018 – Maio – Café Cultural Residências Artísticas. Fafe-PT

Publicações
2021 – Catálogo#1 Poliedro
2021 – Revista semestral#3 do Grupo de Estudos em Fotografia Contemporânea de André Penteado
2021 – Revista semestral#2 do Grupo de Estudos em Fotografia Contemporânea de André Penteado
2020 – Revista semestral#1 do Grupo de Estudos em Fotografia Contemporânea de André Penteado.

Outras experiências artísticas
2022 – Fotografia da capa do álbum Echeos and Reflection – https://www.acousticatlas.de/echoesalbum 
2022  Concurso IFNMG de Artes Visuais 2022. Minas Gerais-BR
2020 e 2022 –  Participante do grupo de acompanhamento de projetos grupo de estudos em fotografia contemporânea com André Penteado
2021 – Integrante do comitê de seleção de filmes do festival CINENOVA 2021 – Cinema e Conhecimento / Portugal Interuniversity Film Festival
2019 e 2020 Participante do grupo de acompanhamento crítico em arte contemporânea do projeto Now. Here coord. por Cristiana Tejo e Marilá Dardot

Formação extra curricular
Mini curso – Arte Contemporânea nos Dias de Hoje / Casa do Saber
Ministrado por Agnaldo Farias 7h (03/2021)
Master Class – Sobre Fotografia de Susan Sontag / Plataforma Humanis
Ministrado por Simonetta Persichetti 3h (12/2020)
Master Class – A Câmara Clara, de Roland Barthes Plataforma Humanis com Ronaldo Entler 3h (11/2020)
Mostra de Portfolios do Festival de Fotografia de Tiradentes com Ângela Macário, Bruna Veloso, Emrah Kartal, Leonardo Martins, Mario Baptista comentados por Alejandra Hernández Muñoz, André Penteado e Joaquim Marçal 2h (11/2020)
Mini curso Curadoria em Artes / Casa do Saber Ministrado por Sabrina Moura 4h (11/2020)
Mini curso Arquétipos e a filosofia do imaginário / Casa do saber com Sílvio Anaz 4h (11/2020)
Fiebre Photobook Festival – Talking Books
com Jon Cazenave, autor de Galerna y Ricardo Casas, autor de Estudio elemental del Levante, moderada por Sonia Berger 2h (11/2020)
Mini curso sobre Angela Davis / Casa do Saber Ministrado por Jaqueline Conceição 4h (06/2020)
Mini curso sobre Judith Butler / Casa do Saber Ministrado por Jaqueine Teixeira – 4h (06/2020)
Mini curso sobre Simone de Beauvoir / Casa do Saber – Ministrado por Maria Lygia Quartim de Moraes / 4h (06/2020)
Imagem e Identidade / Museu de Arte Moderna de São Paulo Ministrado por Magnólia Costa – (03 a 06/2018)
Curso de Introdução a História da Arte – Leonardo da Vinci e o Renascimento, Claude Monet e o Impressionismo, Henri Matisse e o Modernismo, Andy Warhol e a Pop Art, Mulheres na Arte. Ministrado por Rodrigo Naves – 3h30 (06/2018)
Collecting Contemporary Art Chelsea College of arts and Design of London (07 a 08/2012)